Chegou finalmente o dia do RedCrossTrail
Início da prova, com passagem pelo areal da praia |
Quem passa por este blog já deve andar pelos cabelos de tanto
ouvir falar nesta prova.
Ok.., eu sei…, mas
como acaba por ser muitas vezes a minha zona de treino, lá calha postar umas
prosas e umas fotos acerca da Serra da
Boa Viagem na Figueira da Foz, onde se desenrola esta prova.
Além disso, e não desfazendo noutras serras por onde também
treino, esta tem a particularidade de ficar junto ao mar, o que suaviza o ar, a
humidade e a temperatura. Por outro lado o contraste do azul do mar e do céu
com o verde da serra dá umas fotos bem interessantes.
A serra é relativamente baixa, sendo o marco geodésico da
Bandeira com 257 m o ponto mais elevado. Todavia, convém não esquecer que no
Red Cross Trail esta altitude é efectiva, visto que o início e fim da prova são
ao nível do mar. Acresce que a serra é constituída por vários montes, com
encostas muito íngremes pelo que, pode-se bem desenhar um percurso de dureza
apreciável, mas sem aquelas subidas intermináveis e esgotantes que encontramos
noutras provas tipo Almonda ou Abutres. Os atletas AC e PA após o controlo inicial |
Este ano a prova teve os seus Head Quarters na Colónia
balnear da GNR, na Praia da Murtinheira. Nos anos anteriores a base das
operações era na localidade de Maiorca, sendo os atletas transportados em
autocarros para a zona da partida, precisamente o local onde este ano se fez
ambas as coisas, partida e chegada.
Convenhamos que é muito melhor para os participantes o facto
de não terem de andar quase meia hora de autocarro antes da prova…
Esta alteração permitiu desenhar integralmente um percurso em
serra. Nos anos anteriores, ao terminar em Maiorca, o percurso tinha a sua
parte final em estradões florestais sem grande piada.
É certo que o percurso deste ano foi mais interessante e
duro, mas importa referir também que “meter” 42 km de percurso num perímetro
relativamente reduzido, obriga a especiais cuidados nas marcações, sobretudo
nas zonas de dupla passagem, encruzilhadas em que se avistam fitas em mais do
que uma direcção, etc.. Quando não, começam as confusões e as desorientações do
costume.
Quanto à prova propriamente dita começou com uns 300 metros
de alcatrão entrando depois no areal da praia onde se correu cerca de 500
metros. Depois acabaram-se as facilidades e começou a dureza!!
A primeira subida |
Logo para abrir o apetite “levámos” com uma rampa junto à
“Casa dos Cogumelos” que colocou à prova o estado do rasto das sapatilhas, tal
era a inclinação. Mais à frente outra rampa para subir de pés e mãos que levou
os atletas até ao Farol do Cabo Mondego.
A primeira parte da prova foi feita em conjunto com os
atletas do K21, subindo e descendo as encostas viradas para o mar. Numa das escaladas..(foto de Helder Sequeira) |
A parte mais dura desta primeira metade, terá sido a
escalada ao marco geodésico do Monte Redondo a 218 m de altitude, que obrigou
muito boa gente a paragens intermédias com o coração a bater descontroladamente
na boca e com tonalidades faciais que oscilavam entre a cor púrpura e o branco
da cal…
A separação entre os atletas do K21 e do K42 era a seguir ao
abastecimento do K18.
Dada a desproporção de participantes entre as duas distâncias,
250 no K21 e 60 no K42, neste ponto seguia quase todo o mundo para a descida
que levava à meta do K21 e, apenas uns quantos gatos-pingados seguiam para os
42.
Chegados a este abastecimento, uma vez que fiz a prova toda
com o colega A.C., era necessário reabastecer de água e comida para enfrentarmos
os cerca de 10 quilómetros até ao abastecimento seguinte.
Enquanto ali estávamos, chegou uma atleta muito indignada,
que já se tinha perdido duas vezes e ponderava seriamente desistir!
Depois de reabastecermos e ouvirmos os desabafos da colega,
partimos então os três na direcção do K42.
Passados 500 metros chegámos ao ponto da confusão dos
caminhos. Havia fitas em duas direcções, havendo que escolher qual delas tomar.
Quase como que jogando moeda ao ar!
Como a colega afirmava que o caminho da direita era o que
tinha tomado antes e a tinha levado de volta ao abastecimento do km18, seguimos
pelo caminho da esquerda.
Passados mais cerca de 500 metros comecei a ter sérias
dúvidas se estaríamos realmente bem. No abastecimento do km18 tinham-nos dito
que iríamos passar lá novamente ao km38, para então descermos para o final. Portanto,
a volta teria de ser ao contrário do sentido em que seguíamos!
Um telefonema para a organização (número inscrito no dorsal)
e ficou tudo esclarecido. A nossa colega tinha-se enganado, não no cruzamento
em que tínhamos passado mas num outro mais à frente!!!
Todavia quando terminei o telefonema já a colega tinha desaparecido
em boa velocidade. Provavelmente deu de caras com os atletas da frente vindos em
sentido contrário!
Chegada à meta, finalmente... (Foto de ?) |
A partir daqui fizemos o resto da prova nas calmas, sem
qualquer stress de classificações, percorrendo quilómetros e quilómetros sem
ver ninguém, chegando bem ao fim, sem quedas, entorses ou qualquer outro
problema.
A organização esteve bem na generalidade, podendo no entanto
melhorar as marcações em alguns ponto nas próximas provas, nomeadamente em encruzilhadas
e zonas de dupla passagem com diferentes direcções.
Em conversa no final, um conhecido atleta (não digo o nome,
mas é um que ganha quase todas as provas em que participa, desde os 160km,
100km, 50,..etc :)) sugeria uma solução tão simples como desenhar no chão umas
setas indicadoras de direcção com…farinha branca!! Deve resultar bem e é
ecológica, uma vez que passados dois dias as formigas já limparam tudo!
E assim foi o Red Cross Trail de 2013...
Parabéns pela prova Paulo!
ResponderExcluirZona bonita e com subidas upa upa! :)
A minha preocupação principal. nos trails, também é sempre as marcações, até agora tenho tido sorte.
Boa recuperação e até para o ano! :)
Há pessoas que têm boa capacidade de orientação, outras nem por isso...eu incluído! Com o cansaço acumulado torna-se fácil um engano...
ExcluirEntão até para o ano! :)
Parabéns por esta prova... jogada em casa! :)
ResponderExcluirUm abraço
Obrigado! É motivo de orgulho para os trailistas figueirenses(e arredores) uma prova deste nível!
ExcluirUm abraço
Muitos parabéns aos Paulos. Bem bonita essa zona. Tás pronto para dia 3/11?
ResponderExcluirAbraço
O "muito obrigado" em nome da SAD :)
ResponderExcluirNo dia 3 de Nov lá estaremos!...mas a minha aversão a planos de treino e coisas do género, condiciona um pouco a possibilidade de vitória. Ainda para mais se lá estiverem os quenianos... eh eh
Um abraço!