terça-feira, 24 de junho de 2014

Louzan Trail 2014


Ainda não sei bem o que escrever acerca deste Louzan Trail…

Já sabia que a serra da Lousã era deslumbrante. Sabia também que, há pela serra aldeias que parecem ter sido retiradas de um livro de contos; sabia que lá existem florestas densas e bonitas; sabia também que há espalhados pela serra um sem-fim de trilhos de caminhada. Enfim, com todos estes ingredientes, basta juntar um grupo de pessoas dedicadas, para organizar uma prova de sonho para os amantes de trilhos!
Posso afirmar que, ao fim de três anos de provas, esta terá sido a que me deixou melhor memória. As proporções de beleza,.. dureza,.. técnica,.. trilhos corríveis, etc., estiveram na razão certa!

Durante as mais de cinco horas em que por lá andei, pensei muitas vezes em comparações com os Trilhos dos Abutres, uma vez que esta também se corre por aquelas serras. Uma das diferenças óbvias estará na proporção em que os vários factores concorrem para o global da prova. Nos Abutres, a técnica e a dureza são exploradas a um limite que começa a ofuscar a beleza da paisagem e a beliscar o prazer da corrida, chegando-se mesmo a um ponto em que o simples barulho da água nas cascatas interfere com o bom funcionamento do sistema nervoso! Obviamente estamos a falar de alguém que se mete de cabeça na versão longa, sem um treino adequado às exigências duma prova deste tipo, como foi o meu caso.
O Louzan Trail teve como centro das operações um pequeno e agradável parque da Lousã, onde funcionou toda a logística da prova.

Já na noite da véspera, tinha havido uma pequena palestra com os atletas Carlos Sá e Luís Mota, dois bons exemplos a seguir pelos adeptos do “Trail” nacional.
Às 10h00 iniciou-se a prova dos 33km, seguindo-se a versão de 15km e por fim a caminhada. O estado do tempo era excelente, se bem que as ameaças de chuva pairassem no ar.

Pelos picos da serra viam-se passar nuvens de tonalidade escura, antevendo possível queda de chuva quando por lá passássemos.
Saídos da zona urbana, enveredámos por trilhos marcados das caminhadas, subindo junto a ribeiros, que cruzámos em diversas ocasiões e depois, sempre a subir, o percurso foi uma mescla de carreiros, caminhos, estradões, floresta, riachos, levadas de água, aldeias de xisto perdidas nas faldas da serra, lama, pedras, paredes para trepar de pés e mãos, etc., etc.

Não se pense no entanto que, a agradabilidade da prova era sinónimo de facilidade! Ao fim de apenas 14 quilómetros tínhamos atingido os 1.205 metros de altitude!
A passagem pelo ponto mais alto(?) da serra, o Trevim, tem algo de quase-místico.

Na altura em que passei nesse ponto, chovia torrencialmente, a temperatura era bastante baixa comparativamente com a que fazia abaixo da cota dos 1.000 metros.
A organização esteve irrepreensível, com boas marcações, assistência nos locais adequados, bons abastecimentos, simpatia,…enfim, tudo o que um Trail’ista precisa para se sentir satisfeito.

A classificação da “equipa” do PelaEstradaFora foi a seguinte:
33º       Paulo Amaro   4h09:44.6

110º     Paulo Oliveira  5h13:25.1

Termino assim a parte da prosa, com uma recomendação muito séria: Para o ano não faltem a esta prova! Tem tudo para se tornar uma Meca do Trail nacional!

Boas corridas!     










 










terça-feira, 17 de junho de 2014

Meia Maratona da Figueira da Foz - 2014


No passado dia 8 de Junho, correu-se mais uma Meia Maratona da Figueira da Foz!
Como é tradição da equipa PelaEstradaFora, marcou-se presença em peso, com a totalidade da sua vasta equipa de dois atletas.
Marcou também o regresso pessoal à “competição” após seis meses sem participar em provas.
Obviamente não é sacrifício nenhum ir à Figueira correr a Meia Maratona, porque além de ficar perto, esta cidade é muito especial, com aquele tipo de dimensão que não é pequena nem grande, antes pelo contrário (esta paga direitos de autor a um célebre comentador desportivo…)!

Numa observação de carácter absolutamente pessoal, posso afirmar que a Figueira tem uns odores ou aromas muito característicos e que, não acho de todo desagradáveis; uma mistura de maresia com ténues farrapos de carvão e cal hidráulica vindos do Cabo Mondego! É também um facto que, desde miúdo associo esta mistura de cheiros à Figueira da Foz.
Disparates! - Dirão os meus caros amigos!
Talvez tenham razão! Pois assim seja…, deixem-me divagar um bocadinho…enquanto não paga imposto…
Mas vamos ao que interessa.

Pela terceira vez, estive à partida desta meia maratona com o colega Paulo Amaro.
Nas edições de 2012 e 2013, o percurso foi constituído por duas idas à fábrica de Cal do Cabo Mondego, sempre pela marginal oceânica.

Na edição deste ano, 2014, o percurso foi alterado, com o início da corrida em direcção à estação de caminhos-de-ferro, retorno para a marginal, seguimento a Buarcos, uma incursão pela variante do Centro de Saúde, novo retorno após uma subida, novamente na marginal até à zona da antiga fábrica do cimento, uma sessão de labirintos num bairro residencial daquela zona, rumo novamente à marginal, desta feita sim, atingindo o retorno do Cabo Mondego e finalmente, o regresso ao forte de Sta. Catarina onde estava instalada a meta.
Já correu muita tinta acerca desta alteração de percurso, sobretudo no Facebook, onde o pessoal dá largas à imaginação para sugerir percursos “melhores”!

Pessoalmente, considero que o formato anterior de, duas idas ao Cabo Mondego, era muito monótono. Teria no entanto algumas mais-valias logísticas, uma vez que os cortes de trânsito se limitavam àquela (s) avenida (s).
Por outro lado, devido à dimensão acolhedora da cidade, não é fácil acomodar 21 quilómetros, em plano, sem condicionar o trânsito em demasia. Não nos esqueçamos a meia maratona da Figueira acontece sempre num fim-de-semana próximo do 10 de Junho, altura de grande afluência turística e que, cortes de trânsito na cidade, não são nada bem-vindos pela população (não-corredora).

Se for permitido a um antigo munícipe da cidade (de 1998 a 2008, apesar de em metade deste tempo ser apenas ao fim de semana…) opinar acerca de um percurso alternativo, diria que a primeira parte da corrida se poderia prolongar na direcção nascente, fazendo o retorno na zona da Fontela, regressando à Figueira da Foz, percorrendo a marginal em toda a sua extensão até a cabo mondego e, retorno para a meta.
Julgo que a Meia Maratona da Figueira ficaria com boas características para se obterem bons tempos, além do mais, seria um percurso corrido em permanência junto à água, primeiro do Rio Mondego depois, do Oceano Atlântico! Fica a sugestão caso alguém leia isto inadvertidamenteJ

Início da corrida
Quanto ao desenrolar da corrida, foi assim:
·         Início muito rápido (critérios pessoais) entre os 4:03 e os 4:15 min/km;

·         Temperatura agradável e vento fraco, dois factores que podem influenciar, tanto o rendimento como, o prazer da corrida;

·         Uma subida a partir do Km8, inexistente nas edições anteriores;

·         Retorno à marginal, passando pelo centro de Buarcos junto ao Teatro do Grupo Caras Direitas (uma nota histórica, o actor Camilo de Oliveira nasceu num camarote deste teatro, onde nesse dia, os pais, também actores, estavam em digressão);

·         Seguiu-se pela marginal até à antiga fabrico do cimento, zona onde se fez uma incursão labiríntica por bairros residenciais;

·         Por esta altura começava a acusar algum desgaste energético. Pensei mesmo que ia quebrar; tomei um gel e um cubo de marmelada que o meu colega me tinha dado antes da corrida e de facto, psicológico ou não, voltei a ter forças para continuar ao mesmo ritmo

·         Regressa-se novamente à marginal, atingindo agora sim, o ponto de retorno da fábrica da cal;

·         Regresso para a Figueira da Foz, pela marginal em toda a sua extensão, até à meta junto ao forte de Sta. Catarina

 Durante toda a corrida ia atento à velocidade, tentando não me entusiasmar deitando tudo a perder mas, ainda assim, sempre perto do limite. Por esse motivo ia fortemente convicto de que conseguiria igualar o tempo do ano anterior de 1h33m.

No entanto, na última parte do percurso, desde o Cabo Mondego até à Meta, comecei a verificar que seria impossível terminar antes da 1h35m.

O relógio GPS dava-me também mais 500 metros do que a distância assinalada pelos marcos de passagem!

Bolas - pensei eu. - Repete-se outra vez a história de 2012!

A cerca de 1.500 metros do final alcanço o colega de equipa e seguimos juntos até à meta, que cruzamos com 1h 35m 46s, nas 59ª e 60ª posições da geral.
 
A chegada do pelotão do PelaEstradaFora
Concluíram a prova 358 atletas, 50 das quais, senhoras!

Em jeito de conclusão, pode-se dizer que valeu bem a pena vir novamente à Figueira da Foz e que, conto voltar para o ano!
"A Medalha"

Uma palavra à organização, Atletas.Net, que se refira não é propriamente um grupo de amadores nestas coisas, voltaram a cometer mais uma vez um erro de medição do percurso. Já em 2012 tinha acontecido o mesmo e, pelo que percebo dos comentários nas redes sociais, começa a ser algo frequente, este e outros tipos de erros.

Certo é que tiveram de fazer alterações à última hora, todavia com tantos pontos de retorno que, são por natureza “pivots” úteis para acertar distâncias, bastaria terem-se dado ao trabalho de colocar um (ou dois) GPS no pulso, montar-se numa bicicleta equipada com conta-quilómetros e fazer a verificação da distância.

Tenho visto com agrado algumas organizações amadoras, especialmente em provas de Trilhos, que atingem níveis de competência notável, bastando para isso arregaçar as mangas e fazer estas verificações finais no terreno, indo um ou dois elementos da organização, uma ou duas horas antes da prova, percorrer todo o percurso, colocando eventualmente fitas desaparecidas, etc., não ficando confortavelmente instalados frente ao computador a “brincar” no Google Earth como alguns “profissionais”!

Uma última palavra para o colega de trabalho João Saúde que na edição do ano passado fez aqui na Figueira da Foz o 6º lugar da geral com 1h 16m 55s e que está actualmente a recuperar de um acidente grave ocorrido num treino de bicicleta. As melhoras e volta breve!

Por hoje é tudo e não se esqueçam de em 2015 vir à Figueira da Foz correr a Meia Maratona!
Dois campeões :)