sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Meia Maratona da Nazaré



No passado dia 10 de Novembro decorreu mais uma Meia Maratona da Nazaré, a mais antiga Meia Maratona popular de Portugal.
A tradição, no entanto, já não é o que era e, cada ano que passa, vê-se a prova a definhar sendo ultrapassada em dimensão e qualidade por muitas outras provas com inferiores pergaminhos!
É pena.
Gosto desta meia maratona. Não tem explicação, por ter um traçado pouco amigável, pelo facto de a organização viver de louros passados não inovando, publicitando ou mesmo corrigindo erros crassos que arruínam quaisquer ambições de os atletas ali fazerem bons tempos…
Refiro-me concretamente ao facto de não haver zonas de partida por tempos objetivo.
Mais uma vez este ano a partida foi uma tremenda confusão, com largas dezenas de caminheiros a posicionar-se na frente da partida (o evento compreende a meia maratona, uma corrida de 10 quilómetros e uma caminhada) originando  dificuldade dos atletas da Meia e dos 10K em ultrapassar, com encontrões, cotoveladas, pés pisados e outras situações menos boas que podem estragar a corrida a quem levar a coisa mais a sério.
Por motivos de obras no edifício onde  se efetuava a entrega dos dorsais, também já tinha havido problemas, com grande filas e tempos de espera que não eram normais nesta prova. Ressaltava alguma desorganização, estando a “tenda” entregue aos voluntários que na ânsia de fazer bem e depressa, acabavam por não dar fluência à” freguesia” e onde um pouco de supervisão de um membro sénior resolveria facilmente a questão. Chamado à razão um dos membros da organização que por lá cirandava, um conhecido senhor muito alto, de bigode e cabelo encaracolado, respondeu simplesmente que  já faziam aquilo há mais de quarenta anos e se estávamos descontentes que escrevêssemos no livro de reclamações! 
Pois, o livro de reclamações real é o do gráfico seguinte, onde é evidente a diminuição dos participantes ao longo dos anos!
Participantes na Meia Maratona da Nazaré desde 2011
Pessoalmente, gostava que a Meia Maratona da Nazaré continuasse por muitos e bons anos, cativando mais participantes e de certo modo que voltasse a ser uma referência no atletismo amador nacional.
A "Equipe" presente na Nazaré
A “Equipe” esteve representada ao mais alto nível, tendo a classificação que interessa ficado ordenada do seguinte modo:

Paulo Amaro: 01:32:08
Paulo Oliveira: 01:35:07
Samuel Oliveira: 01:35:39
Rosa Moreira: Caminhada

Boas corridas!

domingo, 15 de dezembro de 2019

Maratona do Porto 2019


A Maratona do Porto continua a ser a minha principal fonte de motivação para continuar a treinar e manter a forma ao longo do ano.
Ao longo do ano fui mantendo um volume de treino q.b., o mínimo suficiente para encarar a distância da maratona com alguma tranquilidade.
Nos finais de Abril participei na Maratona de Aveiro, a sua primeira edição, sem grandes objetivos no que respeita à classificação ou tempo. Ainda assim acabou por correr-me bem, ao nível do que consigo habitualmente no Porto.
O foco, psicológico pelo menos, é no entanto a Maratona do Porto.
Os treinos foram rolando ao longo do ano sem grande rigor “científico”, sendo em grande parte feitos em trilhos, o que confere boa resistência mas pouca velocidade.
Assim, em vésperas de provas de estrada, geralmente com um mês  de antecedência, tento variar um pouca a rotina dos treinos introduzindo uma espécie de “fartlek” para sair da zona de conforto e assim, ganhar alguma velocidade, melhorando também a técnica de corrida. 
Durante o mês de outubro corri também duas meias maratonas, Leiria e Lisboa, o que foi útil para aferir o ritmo para a maratona.
Chega então o dia “D”, ou melhor, o dia “M” de Maratona!
As previsões meteorológicas são incertas, pode mesmo chover durante a prova, o que é bastante desagradável e prejudicial para a obtenção de bons tempos.
Felizmente, acaba por não chover durante a prova, com exceção de alguns pingos soltos sem qualquer importância.
Às 9h00 dá-se a partida, no mesmo local dos anos anteriores junto ao Sealife, subindo depois um pouco da Avenida da Boavista junto ao Parque da Cidade para contornar e descer novamente em direção a Matosinhos.
Como habitualmente faz-se uma primeira incursão em Matosinhos e regressa-se à zona do Parque da Cidade, numa manobra que servirá apenas para somar distância…
Depois sim, ruma-se definitivamente a Matosinhos até ao Porto de Leixoes onde se inverte novamente o sentido em direção ao Porto.
O ritmo vai controlado mas mantenho sempre alguma pressão para não cair na tentação de baixar para zona confortável.
Passo aos 10k com 46 minutos o que está dentro do normal.
Segue-se agora pela marginal rumo ao Porto, numa fase favorável e quando as energias ainda estão num bom nível de reservas.
Em certos pontos do percurso estão grupos musicais que pretendem animar os atletas. Pessoalmente dispensava bem estas animações uma vez que o barulho que fazem interfere com o meu ritmo de corrida. Esta sensação vai crescendo com o evoluir do cansaço, causando mesmo alterações na passada e na respiração sempre que passo em frente a uma destas bandas. Uma dessas bandas era constituída exclusivamente por tambores, por quem passámos duas vezes, cerca dos 18k e dos 34k (+ ou -), em que na primeira passagem não causou grande transtorno mas aquando da segunda passagem perturbou-me seriamente o ritmo de corrida!
Continuando, chega-se à zona da Ribeira, descendo por uma rua empedrada bastante escorregadia, agravado pelo facto de imediatamente antes existir uma zona de abastecimento. Os atletas apanham as garrafas de água, bebem o que têm a beber e depois jogam fora as garrafas originando que a tal rua de empedrado estivesse com o piso molhado e extremamente escorregadio.
Passa-se a zona dos bares da Ribeira chegando à rampinha de acesso à ponte D. Luis.
Ponte D. Luís
Do lado de Gaia começa o suplício dos paralelos e das ruas empedradas.
É impossível manter um ritmo normal. Nunca uma Maratona com piso deste tipo pode ambicionar recordes de tempos.
Cerram-se os dentes e prossegue-se rumo ao mar. Na zona chamada Afurada inverte-se o sentido da marcha e regressa-se à ponte D. Luís pelos mesmos paralelos. 
Nesta incursão por Gaia até à Afurada cruzamos com a maior parte do pelotão, pelos mais rápidos à ida e pelos mais calmos à vinda, dando já para ter uma ideia de como está a correr a prova dos atletas conhecidos.
Atravessamos a ponte D. Luís seguimos em direção a Campanhã para mais um retorno na ponte do Freixo.
Agora sim, começa o verdadeiro desafio!
Mais de dez quilómetros até à meta, passando por rampinhas, zonas de empedrado e retas intermináveis.
A reserva de forças está a cair a pique, a parte psicológica constitui por si só um desafio, estando o organismo a acender luzes encarnadas em todos os quadrantes.
Desliga-se então o relé de proteção do bom senso e o corpo fica em modo automático: “pé-direito-pé-esquerdo-pé-direito-pé-esquerdo-pé-direito-pé-esquerdo,...”!
Nas zonas empedradas escolhem-se as lages lisas das bermas, seguindo por aí toda a gente em fila indiana.
A tortura psicológica de pensar quanto falta para a meta desapareceu, com a decisão de deixar de pensar!
Vou em esforço e em quebra, ainda assim vou mais a ultrapassar do que a ser ultrapassado.
Paulo Oliveira

Finalmente, lá para o quilómetro 40 começa a cheirar a meta. Vou olhando para o relógio e parece-me que vai dar recorde pessoal.
Não sei bem, o cérebro vai em serviços mínimos e a álgebra elementar está mais difícil do que resolver os integrais triplos nos tempos de faculdade …
Começa a escutar-se o ruído da zona da chegada, com os altifalantes em altos berros!
Por fim, a última rampa antes de entrar no Queimódromo onde está a linha da chegada. Cerro os dentes e ao memso tempo tento aparentar um ar de quem está muito bem disposto. Há que ficar bem nas fotos da chegada :)
Corto a linha da meta com o relógio a marcar 3h18, o meu melhor tempo na Maratona!
O meu colega de equipa chega uns minutos depois de mim, facto que vai servir para lhe “moer” o juízo durante uns tempos, ou até ele me dar uma hora ou mais de avanço, num trail qualquer por aí :)
Paulo Amaro

A classificação que interessa ficou assim ordenada(tempos de chip):

1º - Paulo Oliveira : 3:18:37
2º - Paulo Amaro : 3:21:31

E foi assim a Maratona do Porto de 2019, venha a de 2020!


Boas corridas!

domingo, 27 de outubro de 2019

Meia Maratona de Lisboa


Não estava planeado participar em mais provas entre a Meia Maratona de Leiria a 13 de outubro e a Maratona do Porto a 3 de novembro.
O objetivo principal do ano “desportivo” é sempre a Maratona do Porto não sendo aconselhável abusar, uma vez que qualquer lesão pode comprometer a Maratona.
De qualquer modo, a empresa em que trabalho juntamente com os meus companheiros de corridas, o meu irmão Samuel e o Paulo Amaro, resolveu oferecer inscrições a quem pretendesse participar na meia maratona, mini-maratona e caminhada.
Assim, lá fomos os três para Lisboa, no meu caso também para matar saudades, visto que desde julho deixou de ser o meu local de trabalho, foram “apenas” 17 anos e um mês!
O meu pensamento era fazer um treino ritmado, com vista à Maratona do Porto, todavia, tal como em situações anteriores, essa sensata intenção eclipsou-se logo após a partida, tendo corrido como se sonhasse que havia bifanas no final 😊

A classificação que interessa ficou assim ordenada(tempos de chip):

1º - Samuel Oliveira : 1:33:21
2º - Paulo Amaro : 1:33:46
3º - Paulo Oliveira: 1:35:58

Boas corridas!

Meia Maratona de Leiria



Mais uma edição da Meia Maratona de Leiria, a terceira, confirmando um bom nível de organização já percebido no ano passado.
Pessoalmente tenho sempre algumas reservas relativamente a provas organizadas pelos Atletas.net, depois de algumas situações negativas nas meias maratonas da Figueira da Foz, desde distâncias mal medidas, arrogância de membros do staff que presenciei, tendo ficado desde essa altura de pé atrás relativamente a essa malta.

Há no entanto que reconhecer que é evidente o esforço feito por essa empresa para melhorar os aspectos menos positivos e, pode-se dizer que, as Meias maratonas de Leiria do ano passado e deste ano, estiveram muito bem em termos de organização, deixando para trás memórias de situações menos boas que espero não voltarem.
Dito isto, não tem explicação a falta de adesão à prova que se constata pela segunda vez, tendo piorado inclusive em 2019.
Leiria é uma cidade com população jovem, há muita gente a praticar corrida, veja-se por exemplo as noites de quarta-feira em que grande parte da cidade sai à rua para correr ou caminhar nas Brisas do Liz (iniciativa no grupo NEL- Péd’atleta que já se prolonga há alguns anos com uma adesão fantástica!).
Na presente edição houve apenas 244 classificados, o que é verdadeiramente pouco!

Quanto à prova da meia maratona propriamente dita, teve a partida às 10h00, em conjunto com a de 10 km, com os participantes da caminhada a partir na cauda do pelotão.
A temperatura estava relativamente fresca, todavia o vento soprava por vezes forte, dificultando ou ajudando, conforme a direção que a corrida tomava.
A parte inicial do percurso, dentro da cidade, é algo sinuosa, apesar de quase completamente plana. Passagem pelo interior do estádio municipal o que causa sempre um bom impacto devido à imponência da sua dimensão.
Antes dos 10km a corrida toma a direção sul ao longo das várzeas do rio Liz, até à zona de Cortes onde retorna sentido a Leiria.
Este troço da prova foi custoso devido ao vento de frente que se fazia sentir, provocando um efeito semelhante ao de uma subida ligeira.
Após o retorno, com o vento pelas costa e inclinação tendencialmente favorável, “era vê-los correr” a boa velocidade, já com a meta no pensamento!

No final, deu para 1h36m49, valendo um terceiro lugar no escalão M50 a uns escassos 6 segundos do segundo classificado do mesmo escalão! Uma classificação surreal, apenas possível em provas de meia-dúzia-de-gatos-pingados!

Boas corridas!

sábado, 28 de setembro de 2019

Férias 2019 - Parte II



Castelo de Vide
A segunda etapa destas férias começou na zona raiana de Portalegre, mais concretamente em Marvão e Castelo de Vide.
A viagem desde Leiria até lá foi feita calmamente por estradas nacionais, com os vidros abertos, apreciando o ar quente e seco característico do interior.
O primeiro destino seria um parque de campismo perto de Castelo de Vide cujas coordenadas inseri no GPS do telemóvel; todavia a tecnologia não é muito fiável porque, quando escutei a mensagem “Chegou ao seu destino” estava no meio de nenhures, sem sinais de um parque de campismo ou de outra coisa qualquer.
A opção seguinte foi o Parque de Campismo de Marvão - Beirã, cujas coordenadas estavam corretas e bem sinalizado nas placas ao longo da estrada.
Marvão
Mais uma vez é um parque gerido por holandeses, um casal muito simpático! Pelo menos mais um ou dois parques da zona eram também propriedade de holandeses; facto curioso!
Este parque de Marvão é muito diferente do outro de Gouveia, onde tinha acampado na semana anterior. É propriedade desse casal de holandeses de  meia idade vindos diretamente dos tempos de Woodstock, que, ao lado do parque de campismo têm também uma pequena quinta com burros e cabras.
O parque tem boas condições em termos de higiene e instalações, mas é algo básico e rudimentar. Para mim está excelente, sem luxos mas com o básico garantido.
Depois de instalar a tenda, pesquiso na internet percursos na zona, dentro dos limites razoáveis para fazer em tempo de férias e vejo um que me chama a atenção. Trata-se de um percurso de cerca de 15 quilómetros chamado “Rota dos contrabandistas do café”.
Esta rota tem este nome devido aos caminhos usados antigamente para o contrabando através da fronteira com Espanha.
O percurso tem início na aldeia espanhola de La Fontañera, seguindo por caminhos dentro de Espanha e fazendo o retorno por terras portuguesas.

No dia seguinte pela manhã, “pego” no carro e vou até La Fontañera.
São cerca de 30 quilómetros de estrada uma vez que se dá uma volta considerável pelo posto fronteiriço e depois até à vila espanhola de Valencia de Alcantara.
Começo a correr às 11h40, já com um calor considerável, em economia de esforço desde início, para apreciar um pouco da paisagem e sobretudo para poupar água.
Não se vê vivalma, não se ouve “hablar” castelhano, veem-se apenas árvores e calhaus tal como do outro lado da fronteira.
Como nao podia deixar de ser, começam os contratempos!
Chego a um ponto em que o caminho entra numa propriedade privada.
Equaciono, escuto com atenção se há sinais de cães ou outro ruído, como não me parece haver qualquer perigo ou risco de ofensa grave à propriedade privada, contorno o portão e sigo pelo caminho fora.
Lá atravesso a propriedade e curiosamente, do lado oposto, não há qualquer portão!

Mais à frente, num local chamado Molino de la Negra, dou com mais um caminho fechado com o portão de uma quinta. Desta vez, do lado de lá, estão alguns cães ladrando alegremente antevendo já o sabor das minhas canelas.

Decido então que “afinal não era por ali que queria ir” 😃
Tenho de improvisar e tomar um caminho em sentido oposto ao que deveria seguir.
Chego também à conclusão de que não é possível efetuar o percurso que levo gravado no Garmin pelo facto de não haver passagem livre para a parte portuguesa. A fronteira nesta zona é desenhada pelo rio Sever, mas não consigo lá chegar porque todos os caminhos passam pelo interior de quintas privadas (com cães…).
Para compensar a decepção no entanto, vejo indicações de um dólmen nas proximidades  e sigo para lá.
O dolmén está num local chamado Tapada del Anta e é uma coisa imponente.
É curioso pensar o que se passaria na cabeça dos nossos antepassados para encavalitar rochedos de várias toneladas uns por cima de outros com objectivos pouco claros (funerários talvez...).
Termino este “passeio” com 13,7 km cheio de sede debaixo de um calor insuportável . Passo o resto do dia a beber água mas a sede não passa…
Após um mergulho na piscina do parque de campismo (na realidade é apenas uma daquelas piscinas de superfície tamanho XL) vou visitar Castelo de Vide que fica a cerca de 6 quilómetros do parque.






Castelo de Vide é daquelas terras que cativam de imediato os visitantes pela sua beleza natural, limpeza das ruas e boa organização geral.
A Judiaria de Castelo de Vide é um dos cartões de visita da vila e teve uma grande importância nos finais do século 15 quando os judeus foram expulsos de Espanha pelos reis católicos.
Muitas famílias judias vieram morar para esta zona, trazendo toda uma dinâmica resultante do saber fazer, visto serem mais avançados em ofícios como a tecelagem, ferreiros, tinturaria e atividades financeiras, apenas como exemplo.
O famoso médico, botânico e naturalista Garcia de Orta foi um desses filhos de Abraão, cujos pais fugiram de Espanha para Castelo de Vide.
Recomendo vivamente a visita à antiga sinagoga da vila, onde funciona agora um museu muito interessante!

Para o treino-passeio do segundo dia, encontro um percurso no Wikilocs com início e fim no parque de campismo, indo até ao castelo de Marvão, com cerca de 14 quilómetros no total, a distância ideal para um treino de férias!
O calor do dia anterior serviu-me de lição e levanto-me mais cedo para fazer a volta pela fresca.
Começo a correr antes das 8 horas, seguindo por caminhos murados de granito, iguais aos que tinha percorridos do lado espanhol no dia anterior.
Às páginas tantas dou com um rebanho de cabras no meio do caminho!
Estas vadias tinham escapado do terreno onde estavam a pastar, encontrando-se agora no tal caminho ladeado por muros de pedra onde eu ia a correr.
As pobres cabras assustadas, iam avançando fugindo de mim, afastando-se cada vez mais do seu terreno. Eu, por outro lado, estava sem saber o que fazer porque também não podia desviar-me delas e tinha de seguir em frente.
Por fim, após cerca de 800 metros lá apareceu uma zona sem muros e as cabras saíram do caminho e foram à sua vida!
O resto da subida até Marvão foi pacífica, tomando a certa altura um caminho romano que leva até às muralhas do castelo.
Há um aspeto que me fascinou nesta zona de Marvão e Castelo de Vide que é a calma, o silêncio e a sensação de tranquilidade que se respira. Os fins de tarde no parque de campismo eram de um sossego tal, olhando para um céu tão límpido e cheio de estrelas que mais parecia estar noutro planeta!
Quando regresso da volta ao Castelo de Marvão decido arrumar a trouxa e mudar de ares para sul. O destino será a cidade de Beja.
A viagem é novamente feita por estradas nacionais, com paragem em Portalegre para almoço e mais à frente outra paragem em Évora onde recordo as várias ocasiões que estive naquela cidade atuando com a tuna académica da Universidade da Beira Interior a que pertenci nos 4 anos que estudei naquele estabelecimento (se bem que as saídas com a Tuna nunca deixavam memórias muito nítidas… 😊)
Chegado a Beja instalo-me no parque de campismo municipal, mesmo no centro da cidade, junto ao estádio de futebol e das piscinas municipais.
No dia seguinte faço um périplo pela cidade, em passo de corrida, parando sempre que vejo uma boa foto para tirar, e assim, ao fim de pouco mais de 12 quilómetros sinto conhecer razoavelmente a cidade.
Em jeito de conclusão posso afirmar que fiquei fascinado por todos os locais por onde passei, a Serra da Estrela onde não ia há muitos anos, com a zona rural dos arredores de Gouveia, Folgosinho e Linhares da Beira, Castelo de Vide com a sua memória judaica, Marvão com as suas muralhas e posição imponente e finalmente Beja com as suas planícies deslumbrantes! 
Fica também mais certa a convicção de que temos no nosso país alguns paraísos esquecidos no interior, que têm excelentes acessibilidades e locais para ficar hospedado tão bons que é uma pena que muitos portugueses continuem a ir exclusivamente para o litoral e para o estrangeiro passar férias!
No que me toca, voltava já amanhã para lá!
Boas corridas!

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Férias 2019 - Parte I

Castelo de Folgosinho - Gouveia

Este ano as minhas férias sairam um pouco da rotina. Optei por fazer umas incursões pelo interior do país aproveitando para conhecer novos trilhos por essas zonas.
A opção do interior surge um pouco como oposição à praia, a escolha habitual dos portugueses, mas também por algumas saudades daquele ar quente e seco do interior, que me ficaram marcadas na memória pelos quatro anos que estudei na Universidade da Beira Interior - Covilhã (até pensar bem na vida e ir acabar o curso a Coimbra, já a trabalhar… :) ).
Lagoa Comprida - Serra da Estrela
A ideia foi posta em prática sem grande planeamento, apenas com a aquisição de uma tenda de campismo, um saco cama, um fogareiro “campingáz” e alguns apetrechos necessários, tais como um roteiro de campista.
Meti-me à estrada rumo à Serra da Estrela tendo em vista um qualquer dos parques assinalados no roteiro. As coordenadas do Gps levaram-me à primeira opção, um parque na zona de Gouveia, chamado “Curral do Negro”, que afinal, se encontrava encerrado para obras; pelo que percebi, tinha sido atingido pelos incêndios de 2017 (o roteiro de 2019 ainda desconhecia esse facto!...).
Havia que refazer planos rapidamente, até porque o dia já ia avançado; tinha perdido mais de duas horas na viagem devido ao corte de estradas por causa da volta a Portugal em bicicleta. A opção foi outro parque,também assinalado no roteiro e igualmente na zona de Gouveia, num lugar chamado Melo.

De facto, a Quinta das Cegonhas, assim se chama este empreendimento, é na verdade bem mais do que um simples parque de campismo. Trata-se de uma típica quinta  da Beira Alta, com um magnífico solar restaurado e vocacionado para turismo rural.
Além do solar e do espaço para tendas e caravanas, dispõe também de cabanas para alugar. Tem ainda uma excelente piscina, um bar com esplanada e um restaurante.
Apesar de todas a ofertas disponíveis, acaba por ser um local sossegado, ideal para famílias, o que constituía a quase totalidade da ocupação.
Por último há que referir que esta quinta é propriedade e gerida por uma família de holandeses, nacionalidade também da maioria dos turistas que lá estavam por essa altura.
Bom, após “armar a barraca” fui estudar os percursos da zona, disponibilizados numa pequena biblioteca da quinta, a fim de dar um passeio em passo de corrida na manhã seguinte.
Decidi-me por um percurso de Pequena Rota, com cerca de 10 km, que passa mesmo junto à entrada da quinta.
Não encontrei na internet o mesmo percurso em Gps pelo que teria de me fiar nas marcações e ir com atenção.


Primeiro dia - Melo (Gouveia)
No dia seguinte levantei-me cedo, preparei um pequeno almoço ligeiro, um café feito na minha velha cafeteira “italiana”, e lá fui eu à descoberta da zona pelo tal percurso escolhido na noite anterior.

 À parte de um engano inicial devido a falta de atenção às marcas de sinalização, acabou por ser um passeio muito agradável, com alguma dureza sim, devido ao desnível positivo de 500 metros, concentrado na última parte da volta. Bonitas paisagens, uma passagem por uma zona de uma antiga exploração de volfrâmio, devidamente assinalada por um painel explicativo.

A exploração destes minérios teve o seu auge nos tempos da segunda guerra mundial, declinando e terminando logo após o fim da guerra.
Terminado o treino segue-se uma boa sessão de relaxamento na piscina da quinta, almoço, e uma visita à Serra da Estrela, agora de carro, para relembrar paisagens que já não via há muitos anos...


Segundo dia - Lagoa Comprida
Rumo à serra a fim de fazer um percurso circular partindo da Lagoa Comprida, passando pela Barragem de Vale do Rossim.


O ficheiro foi descarregado de véspera da página Wikilocs para o Garmin, reduzindo assim as probabilidades de me perder!
Este percurso tem cerca de 20 km, sem dificuldades de maior,uma vez que se desenrola em zona de planalto.
As paisagens na primeira parte do percurso são portentosas, com atravessamento de uma ou outra barragem.

Barragem do Covão do Curral
Vê-se ao longe a aldeia do Sabugueiro separada por um profundo vale.
Aldeia do Sabugueiro

Na barragem do vale do Rossim o percurso inverte o sentido em direção a sul, por carreiros às vezes tapados por vegetação rasteira mas que o Garmin não deixa afastar do caminho certo.
Lagoa Comprida

Terceiro dia - De Folgosinho a Linhares da Beira
Castelo de Folgosinho
Uma vez mais socorri-me do sítio Wikilocs para escolher um percurso na zona de Gouveia, tendo encontrado este, de cerca de 20 km, com origem na aldeia típica de Folgosinho, subindo umas encostas da serra, descendo depois para Linhares da Beira.
Castelo de Folgosinho
A aldeia de Folgosinho é um bom exemplar de conservação, tem uma espécie de castelo, digo espécie porque se resume a uma torre circular com duas guaritas; deve ter servido como ponto avançado de vigia ou pouco mais.
Linhares da Beira, pelo contrário, já tem um castelo a sério, devendo ter desempenhado um papel importante na defesa desta zona nos primórdios da nacionalidade.
Castelo de Linhares da Beira

Castelo de Linhares da Beira

A tarde é dedicada a uma visita à cidade da Guarda onde calcorreio a zona histórica, com especial interesse na velha Judiaria.

E assim foi a primeira etapa desta aventura.

Não perca o próximo episódio: “Por terras de Marvão, Castelo de Vide e Espanha”, brevemente num blogue perto de si 😀

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Prova do Bodo 2019


Uma vez mais fui cumprir uma tradição que vem de 2015, quando pela primeira vez participei na Corrida do Bodo, na cidade de Pombal.
Como já escrevi anteriormente, em 2015, 2016, 2017 e 2018, a corrida tem uma distância de 10 km, certificada pela Federação de atletismo e decorre integrada nas festas da cidade.
A distância de 10 km não é nada a minha “especialidade” (se é que tenho alguma 😊) mas todo o ambiente que envolve esta prova compensa o esforço de correr quarenta e poucos minutos com os bofes na boca!
Este ano tive a companhia do colega Miguel que participou pela primeira vez nesta prova e gostou!

A prova continua a atrair atletas de nível profissional, o que contribui para que seja bastante competitiva, tendo este ano sido ganha pelo atleta Licínio Pimentel do Sporting com 29m53.
Para mim, já basta não perder muito em relação ao ano anterior, o que este ano até nem se verificou, tendo mesmo melhorado cerca de um minuto relativamente a 2018.
Boas corridas  e até para o ano, em Pombal!