segunda-feira, 27 de julho de 2015

Prova do Bodo 2015 - Pombal


A Prova do Bodo vai na 33ª Edição, e tem atualmente como atracão principal, uma corrida de 10 quilómetros e, decorre integrada nas Festas do Bodo em Pombal.

Paralelamente há uma “Corrida das Farturas” de 3 km e uma “Caminhada do Bodo”, também de 3km.

Esta prova teve durante alguns anos uma versão de meia maratona que foi entretanto descontinuada.

Este ano, as duas distâncias tiveram 522 participantes nos 10 quilómetros e, 118 participantes nos 3 quilómetros.

A corrida dos 10 km foi constituída por 3 voltas, desde os paços do município até à saída da cidade, lado “nascente”.

Na verdade não foram bem “3 voltas”, foi mais do tipo “3-Idas-e-3-Voltas”, uma vez que se tratou de subir e descer a mesma avenida, três vezes!

Esta prova tem alguma tradição e reúne muitos atletas de clubes da zona centro, atingindo um nível competitivo bastante elevado.

Nestas corridas populares, a filosofia de base é “chegar primeiro”!

Estão um pouco em oposição de fase com a filosofia dos Trail e Ultra Trails, em que “competimos connosco próprios”, “não importa o lugar em que ficamos, o que interessa é participar”, vamos lá para “estar em contacto com a natureza” e outras cenas Zen do género.

Nas corridas populares o pessoal “desunha-se” para ganhar, e assim, correm que nem desalmados desde início até ao fim.

Tenho de admitir no entanto, que de facto, o objetivo das provas é competir uns com os outros.

Ao longo da corrida vou sempre a competir com outros corredores (sem que eles saibam J)!

É o fulano da t-shirt verde ou o da azul ou, depois de passar estes (se conseguir) será o das sapatilhas florescentes, e assim até final.

Logo, as corridas de curta distância não me “agradam” muito, no sentido em que o ritmo é muito elevado, nada semelhante ao que estou habituado. Ontem terminei prova a tremer, e com uma sensação estranha nos brônquios!

Ainda assim, quando se quer treinar para uma maratona, penso que será muito útil integrar algumas provas deste tipo no plano, a fim de “dar o máximo” e aprender a conhecer e gerir alguns sinais que o corpo manifesta em situações de muito esforço.

A “equipa” presente foi a seguinte:

Paulo Amaro: 40m 52s – 151º Lugar da geral; ritmo de 4:05/km

Samuel Oliveira: 41m 17s – 158º Lugar da geral; ritmo de 4:08/km

Paulo Oliveira: 43m 19s – 208º Lugar da geral; ritmo de 4:20/km


Como nota curiosa e que me agradou bastante, havia a possibilidade de imprimir o nome na T-shirt do evento.

A própria t-shirt também não é feia de todo, apesar de ser “técnica” (leia-se ”de poliéster”, isto é um aparte pessoal, uma vez que já estou um pouco farto das t-shirts de poliéster manhoso tipo roly, makito e outras chinesices do género; já começo a ter saudades das belas t-shirts de algodão!).

Boas corridas!
A equipa na cidade de Pombal com o seu castelo altaneiro...
 
A bela selfie da praxe, na ponte velha de Pombal
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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Treinos para a Maratona e um "Je suis Abraão Zacuto"


Foi um fim de semana de treinos virados para a estrada.

O grande objetivo da temporada é mais uma vez a Maratona do Porto.

Apesar de a Maratona ser só em Novembro, vai sendo tempo para começar a treinar uma passada mais longa, mais adaptada à estrada.

O objetivo na Maratona é manter o tempo final abaixo das 3h30, talvez pouco ambicioso para atletas a sério mas para alguém como eu que começou a correr após os 40, e fez a sua primeira maratona aos 45, não é um objetivo nada mau. Aliás, se há dez anos me ouvissem dizer que um dia iria correr a maratona só podia estar "Lélé da cuca"!

Assim, no sábado de manhã,  saí para a rua com a intenção de fazer cerca de 21 km. Munido com um cinto de duas garrafinhas, uma barra de proteínas que tinha sobrado do Ultra LouzanTrail e uns rebuçados de mentol "Nazaré".

Muita proteção para o sol, uma vez que este não está para brincadeiras -  chapéu, protetor solar, t-shirt e os calcões mais compridos do guarda roupa.

Foi também ocasião para voltar aos treinos de séries, ou pelo menos, algo parecido com isso.

As minhas "séries" são parametrizadas no Garmin 305, divididas em dois modos, o modo Run e o modo Rest, ou seja, modo "Correr mais depressa" e modo "Recuperação".

Nesta fase inicial da preparação, programei 200m para o Run e 800m para o Rest. Mais adiante na fase de preparação irei aumentando o Run e diminuindo o Rest.

Nada disto é muito técnico mas ajuda em pelo menos dois aspectos, fisicamente obriga-nos a sair da zona de conforto com a fase de” Run”,  e mecanicamente, permite-nos trabalhar a amplitude da passada, o bambolear dos ombros e a conjugação de ambos os aspectos no sentido de aumentar alguns centímetros na passada com alguma economia de esforço.

Nestes treinos de "séries" o objetivo velocidade na fase de "tiro" é que seja sempre abaixo dos 4 min/km (se algum "pro" lesse isto, ia fartar-se de rir!).

A fase de recuperação não tem objetivos de velocidade, apenas que, não vale caminhar.

Assim se fizeram 21.9km, 10 dos quais em "séries" sendo os restantes em ritmo normal na ordem dos 5:00-5:30 min/km.

Já na fase final do treino lugar houve para  uma paragem, num pequeno parque onde estão instalados alguns aparelhos de exercícios.

Descobri que esse parque/praçeta tem o nome de homenagem a Abraão Zacuto.
Leiria, Praça Abraão Zacuto

Para quem não conhece, Abraão Zacuto foi um estudioso do século 15 que viveu uns anos em  Portugal, refugiado vindo de Espanha, devido à perseguição da inquisição católica aos Judeus e pelo mesmo motivo teve de abandonar Portugal em 1496.

Deixou obra científica de muita importância para os descobrimentos, nomeadamente o Almanaque Perpetuum que foi nada mais do que, a primeira obra cientifica impressa em Portugal

Esse livro foi impresso numa tipografia de Leiria, também pertencente a Judeus que por cá habitavam.

Refira-se ainda que essa fúria contra o povo Judeu fez com que muitos portugueses daquele povo tivessem de abandonar o país, causando um défice social que, segundo alguns historiadores, se faz ainda sentir nos dias de hoje.

Infelizmente passados 500 anos, e agora devido à crise e acção de políticos desonestos , voltamos a assistir à partida dos nossos jovens, sendo estes a nossa elite de melhor formação académica e garantia de progresso.

Ficaremos todos mais pobres com certeza!

Boas corridas, e que não tenham de ser daqui para fora!