quarta-feira, 28 de outubro de 2015

AX Trail, Trail Serra da Lousã


As três provas do evento. Foto de: FotosdoZé
Pela segunda vez em 2015 meti os pés a caminho de Miranda do Corvo para correr na Serra da Lousã.
A primeira tinha sido em janeiro para os Trilhos dos Abutres.

Na mesma serra, mas iniciando na cidade da Lousã, houve ainda um treino e a prova LouzanTrail
Agora no AX Trail, Trail Serra da Lousã, voltámos a percorrer parte destes trilhos, prova esta que, na edição de 2014 teve o seu início e términus em Castanheira de Pera.

Iniciando-se a prova em Miranda do Corvo, era certo e sabido que iríamos levar com uma boa dose de trilhos sinuosos, subindo a serra junto a ribeiras e cursos de água.
De facto assim foi!

De início, quando as forças ainda estavam presentes, até que foi divertido. Na parte final entanto custou bastante, tendo sido ultrapassado por “n” atletas, e até por um grupo de idosos de um lar das redondezas, com os seus andarilhos!
Na verdade a parte dos idosos é um exagero, mas perdi bem à vontade umas 20 ou 30 posições desde o último abastecimento por culpa da minha falta de habilidade e destreza em terrenos técnicos.

Partida. Miranda do Corvo, 8h30. Foto da organização
 Resumidamente, a prova iniciou-se por trilhos que me pareceram ser os da parte final dos Abutres 2015; garantidamente passámos junto à casa onde estava o último abastecimento daquela prova, no lugar de Espinho.
Depois iniciou-se a subida à deslumbrante aldeia serrana de Gondramaz, que só por si, já justificaria a viagem!

Paulo Amaro, 27º da geral em 313 classificados
Em Gondramaz situou-se o primeiro abastecimento.
No que respeita aos abastecimentos, há a referir os achei bem melhores do que na edição do ano passado.

Abastecimentos muito bons mesmo, pode-se dizer que foram “cinco estrelas”!!
De Gondramaz desceu-se qualquer coisa e a seguir subiu-se até uma cota de 800 metros, antes de descer para a Lousã.

O percurso continuava a alternar entre trilhos técnicos, “trilhos abútricos” e de vez em quando surgiam uns estradões onde dava para correr, assim houvessem pernas e pulmões para isso.
Novo abastecimento na Lousã.

Desta vez um abastecimento de luxo, no Meliá Hotel J
Após o abastecimento saímos da Lousã e regressámos à serra, tomando o caminho junto à fábrica de papel do Prado (por onde se passou no último Louzã Trail ).

Começa então a subida rumo à zona do castelo da Lousã.
Passamos junto ao excelente restaurante “O Burgo” mas não paramos. O nosso abastecimento fica cinco quilómetros mais além, na aldeia do Talasnal         .
Paulo Oliveira, 142º da geral

Entretanto começa a chover.
Ainda resisto algum tempo a vestir o impermeável, mas passado algum tempo não tenho outro remédio.

Começa então a parte surreal da prova.
A chuva, e sobretudo o vento, atingem intensidades alucinantes!

Nas zonas mais altas da serra as rajadas de vento atiram-nos literalmente para o lado.
Chego a pensar que a prova pode ser cancelada.

Por outro lado, estando toda a gente na serra, o cancelamento da prova poucos efeitos práticos iria ter.
De qualquer maneira lá continuamos. Também não há opção!

Passado algum tempo inicia-se a descida por uma encosta mais abrigada onde não se nota tanto a força do vento.
Por fim chegamos ao último abastecimento, com cerca de 43 quilómetros.

Até este ponto estava a adorar a prova, apesar da dureza do perfil de terreno, da chuva e do vento.
Tinha uma falsa expetativa de que o pior já tinha passado e que a partir de agora” iam ser só mais” 8 ou 9 quilómetros. Puro engano!

Logo após o abastecimento, amarinhamos por uma rampa a pique, seguida de “trilhos abútricos” até fartar.
Todo o cuidado é pouco. O terreno é escorregadio e super perigoso.

O cansaço torna os reflexos mais lentos, piorando a situação.
Obviamente que uma boa parte dos atletas dos trilhos “chamam um figo” a este tipo de terreno, e então, vá de me ultrapassar!

Finalmente na meta, após 8h12m!
Finalmente, ao fim de 8 horas e 12 minutos lá consigo terminar a prova, com uma barrigada de trilhos e feliz por ter chegado ao final numa só peça!
O colega de equipa, Paulo Amaro está la na zona da meta à minha espera para ir almoçar, já de banho tomado e roupa limpa. Enfim, gosta de passar fome! É a vida… J

O Trail Serra da Lousã foi ganho por David Quelhas, com 5h23m, tendo-se classificado 313 atletas.
A distância totalizada no relógio foi de 51,96 Km, com um ganho de elevação de 2.518 m.

A classificação da equipa foi a seguinte:

·         Paulo Amaro, 27º lugar da geral, com 6h40m

·         Paulo Oliveira, 142º lugar da geral, com 8h12m

 Boas corridas!




 

6 comentários:

  1. Mais uma bela voltinha pela Lousã! :) Muitos parabéns! Desta vez não fui, ando mais focado na estrada mas vamos lá ver se consigo regressar em Janeiro!
    Um pergunta indiscreta: que luvas é que utilizas? Uma dos conselhos para os Abutres é LUVAS, mas as minhas são muito fraquinhas e tenho de ver se compro outras.
    Grande abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Rui! O teu enfoque na estrada está a dar frutos (Sub40 min aos 10 km !!!), a serra da Lousã pode esperar :).
      Quanto às luvas, depende do frio que estiver, mas nada de muito caro. Temos de ter em conta que uma prova tipo Abutres pode significar jogar fora as luvas no final, tal é o estado em que ficam. Por outro lado temos os bastões que se usados sem luvas podem fazer bolhas nas mãos. Nesta prova usei as luvas exclusivamente com essa finalidade, foram compradas numa loja chinesa por 0,80€, têm pitons de borracha na palma da mão conferindo um bom grip. No final podem-se descartar caso estejam muito maltratadas!
      Para treinos em estrada tenho vários pares da Dechatlon, nenhum acima de 5€. Um abraço

      Excluir
    2. As luvas do Paulo são as MELHORES!!! :D

      Excluir
    3. Eh Eh! Há dias em que a coisa corre bem. Nunca antes dos Abutres 2015 tinha levado luvas de reserva :)

      Excluir
  2. Parabéns aos Paulos .. mais uma no currículo.
    Até dia 8 ;)
    Abraço

    ResponderExcluir