segunda-feira, 6 de março de 2017

VIII Trail de Conímbriga Terras de Sicó

Bem às portas de Coimbra situa-se um dos maiores centros de ruínas da época romana, a cidade de Conímbriga.(ver p.ex:  http://www.historiadeportugal.info/conimbriga/)
Visitei estas ruínas há muitos anos numa excursão ou visita de estudo, na infância ou adolescência, não tendo já grande memória do conteúdo das mesmas, pelo que já está prometida ao meu filho uma visita ao local (na realidade sou eu quem mais quer visitar Conímbriga 😊).
Nesta corrida do “Trail de Conímbriga Terras de Sicó” um dos pontos de destaque é a passagem pelo interior do parque das ruínas.
Obviamente que durante a breve passagem pelas ruínas não dá tempo para apreciar como merece, mas é sempre um momento singular que acrescenta qualidade a este tipo de eventos.
No ano passado participei nesta prova, também na distância de 50 km, e ainda em 2013, embora dessa vez tenha sido na versão dos 25km.
O percurso escolhido em 2017 para os 50K é bastante diferente do de 2016,tendo ido por exemplo a Penela e seu “Castelo altaneiro”!
Verde - 2016; Vermelho - 2017

Em termos pessoais fiz uma prova excelente até aos 38 km (+/-), tendo por essa altura dado de caras com um “muro”, tipo “muralha”, com cãibras à mistura, o que originou uma redução radical no ritmo e que obrigou a um grande sacrifício para chegar ao fim.
Como é natural, a palavra “desistir” nunca aflorou sequer os pensamentos. Terminar era a palavra de ordem! Nem que fosse de gatas!
Penso que mais uma vez, não geri bem o capítulo da alimentação e hidratação.
Numa análise a frio recordo que levei duas barras tipo marmelada e dois saquinhos de gel com cafeína, da Dechatlon e de tudo isto apenas tomei um destes últimos.  
Nos primeiros abastecimentos pouco comi, porque em boa verdade não tinha fome nem grande sede. Sentia-me bem, com forças, sem necessidade de nada mais do que, muitos quilómetros de trilhos para devorar.
Mas as corridas de longa distância são “traiçoeiras”! A partir dos 30 quilómetros as reservas naturais esgotam-se ficando o organismo dependente dos alimentos que entretanto se tiverem acrescentado.
Caso essa reposição não seja feita atempadamente dá-se um colapso repentino, vulgarmente chamado “Muro”!
Assim, passei de repente da condição de “atleta-cheio-de-força” a, “farrapo-humano-que-se-arrasta-por-montes-e-vales”.
Martelava-me na cabeça uma notícia ouvida recentemente, acerca do músico de Jazz Al Jarreau que tinha morrido de exaustão (compositor do genérico da série Modelo e Detective). Ia a pensar que coisa igual me poderia acontecer a qualquer altura tal era o cansaço que sentia!
Para complicar ainda mais, a parte final da prova tem partes técnicas e exigentes que tive de fazer na maioria a caminhar, sendo ultrapassado, sem exagero, por dezenas de outros atletas.
Enfim, de uma ou outra forma, sempre que o piso era mais regular lá conseguia correr qualquer coisa mantendo um ritmo estável embora baixinho, que me permitiu concluir os 52 km e chegar à meta em “piloto automático”.
Tempo final de 7h18m, 181º lugar entre 279 atletas chegados à meta.
Mais uma vez o “atleta” da equipa, Paulo Amaro, fez a prova “com uma perna às costas”, obtendo o 43º lugar da geral e 7º de escalão, com 5h48m.

Fiquem bem e Boas corridas!

Paulo Oliveira - Saída do castelo de Penela (Foto de Rita Afonso)


Paulo Amaro - Saída do castelo de Penela (Foto de Rita Afonso)



Paulo Amaro (Foto de Sónia Antunes)
 
                                               Paulo Oliveira (Foto de Sónia Antunes)



Um atleta carnavalesco...





Castelo de Penela

Castelo de Penela



2 comentários:

  1. “farrapo-humano-que-se-arrasta-por-montes-e-vales”... :D :D Deixa lá, acontece a todos. :)
    Também não tenho nenhuma metodologia em relação à nutrição e hidratação (e até confesso que facilito muito em provas mais curtas...), mas já cheguei à conclusão de que o que resulta melhor para mim é poucas quantidades com maior frequência (por ex: dar uns golinhos de água, umas dentadas em barrinhas) e depois seleccionar bem o que como nos abastecimentos, em vez de lá chegar já em défice e enfardar muito.
    Parabéns pela prova! É uma zona que gostava de conhecer.
    Beijinhos

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    1. Não descartando algumas lacunas no treino, penso sinceramente que a gestão da comida e líquidos não foi a melhor. Ajudou também o facto de não sentir necessidade de comer ou beber até muito tarde, ia mesmo até muito bem disposto e num bom ritmo. Mas as provas longas (na minha escala :)) têm de ser geridas com cabeça e não baseadas em feelings do momento!!
      Quanto à zona de Coimbra/Conímbriga penso que gostarias de visitar, sempre podes conjugar a visita com uma caminhada ou corridinha nos trilhos marcados (percursos pedestres) que existem por aquelas bandas! Beijinho

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