Para um atleta modesto de pelotão que, até aos 40 anos nunca
tinha corrido de seguida mais do que umas centenas de metros, a maratona é uma
distância mítica que supera qualquer horizonte desportivo que se possa
imaginar!
A corrida para mim começou em 2008 com a compra de uma
passadeira lá para casa, que em primeiro lugar, até nem era para meu uso. Comecei
a correr na passadeira com velocidades de 8-9 km/h sendo que ao fim de 15
minutos tinha de reduzir e caminhar a passo por falta de oxigénio 😊
A evolução foi lenta, tendo ao longo dos dois anos seguintes
atingido e superado objetivos anteriormente irreais tais como meia hora de
corrida seguida, 40 minutos e, finalmente uma hora seguida a correr sem parar.
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O PelaEstradaFora Paulo Oliveira cerca dos 30 km |
A velocidade foi aumentando ligeiramente, embora o enfoque
fosse sempre no tempo de corrida contínua em detrimento da velocidade. Durante muitos
meses o objetivo era conseguir ver enquanto corria, um episódio completo de
séries do tipo CSI, Dexter, Breaking Bad, etc., que têm uma duração de cerca de
40 minutos.
Ao fim de dois anos conseguia correr uma hora seguida,
todavia a ritmos muito baixos; acredito que foi o facto de correr devagar que
me permitiu não desistir, antes pelo contrário, motivou-me continuar a evoluir
até ganhar confiança para enfrentar um desafio de uma prova de estrada.
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O PelaEstradaFora Paulo Amaro com a Ponte da Arrábida ao fundo |
Em 2011 participei pela primeira vez numa prova oficial, a
Meia Maratona da Nazaré, que concluí em 01h51m, um tempo que não dá para entrar
no Guiness mas para mim foi uma conquista estratosférica!
Depois vieram os trails, algumas provas de estrada e passado
um ano estava no Estádio do INATEL para a partida da Maratona de Lisboa.
Em 2013 fui experimentar a Maratona do Porto e fiquei
apaixonado por esta prova.
Nesse ano paguei bem caro a ambição de fazer 33 km à frente do
balão das 3h15! O restante da prova foi feito com cãibras horríveis e mil e uma
paragens forçadas por esse motivo.
A distância de 42 km tem de ser respeitada, não permitindo
abusos na fase inicial que se podem fazer pagar caro nos últimos quilómetros, o
que por exemplo em distâncias até à meia maratona não se passa. Já li algures
que é pelo facto de as reservas energéticas naturais do organismo não serem
suficientes para um esforço tão prolongado.
Agora em 2018, a minha sexta participação nesta Maratona e oitava no total (de estrada), manteve-se
a mesma alegria e ansiedade para fazer o melhor que pudesse.
O objetivo de todas as minhas participações tem sido de cortar a linha da
meta com um tempo inferior a 03h30, proeza que consegui mais uma vez! (vaidade
pessoal de quem nunca tinha corrido até aos 40 anos 😊).
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Céu cinzento ameaçando chuva antes da partida |
A edição de 2018 foi marcada pela ameaça eminente de chuva
que já só tive o desprazer de apanhar nos últimos metros da prova.
A generalidade da prova decorreu sob condições climatéricas
quase ideais, com uma temperatura relativamente fresca, de quando em quando
vinha uma agradável chuva miudinha; quanto aos abastecimentos estavam no local
certo e funcionaram bastante bem, com água, fruta, gel e bebida isotónica
conforme anunciado.
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A Equipa do PelaEstradaFora presente na Maratona do Porto |
A organização esteve ao nível habitual, de grande qualidade,
em todo o evento, com a única ressalva que se descreve a seguir.
No final houve alguns contratempos com o levantamento dos
sacos da roupa de reserva que deixou muita gente furiosa “malhando forte e feio”
na organização, embora para a malta dos trails, habituada a situações bem mais
rigorosas, não foi nada do outro mundo. Apenas, por vezes as coisas não correm
de acordo com o plano…
a classificação da Equipa do PelaEstradaFora foi a seguinte:
Se as forças se mantiverem, lá estarei novamente no próximo
ano!
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