domingo, 14 de outubro de 2012


Boa noite..

Decorreu hoje O “Red Cross Trail 2012”, com as distâncias de 42km, 21km e caminhada.

O dia começou cinzento e chuvoso, o que não é nada do agrado da maioria dos atletas de Trilhos (Trail Runners, como diria Lauro Dérmio).

O caminho desde Maiorca até à praia de Quiaios decorreu sempre debaixo de uma chuva constante, que embora não muito forte, dava a ideia de que tinha vindo para ficar, o céu por seu lado apresentava uma tonalidade escura, indicando que as nuvens estavam carregadas de água.

Já na praia de Quiaios, enquanto se aguardava a hora da partida, a chuva resolveu ir aborrecer pessoas para outro lado, e a corrida começou já sem a sua companhia.

A subida inicial da serra, em minha opinião, teve como principal dificuldade o facto de a lama se colar às solas das sapatilhas aumentando seu peso de forma significativa.

De assinalar também que ao Km27 deparámo-nos com uma verdadeira parede, enlameada, que, para se poder subir era necessário “agarrar” todos os arbustos disponíveis, quer estes tivessem espinhos ou não!!!

O percurso passou também por um túnel ferroviário desactivado que, apesar de terem sido ali instalados dois ou três holofotes, eram manifestamente insuficientes, para haver uma visibilidade minimamente segura. De qualquer modo deu uma áurea de mistério á prova, fazendo lembrar uma aventura dos “Cinco” (para quem for desse tempo).

No plano pessoal, foi a prova mais sofrida que fiz até à data; o meu joelho lesionado não resistiu ao esforço da primeira subida, sobretudo devido às duas bolas de lama que tinha presas aos pés e, quando se iniciou a primeira grande descida, a seguir ao primeiro abastecimento, já tinha dores fortes no joelho direito.

Como sou teimoso e também sabia que provavelmente o pior terreno já tinha passado, insisti em continuar.

À chegada ao abastecimento do Km17 as dores tinham piorado e já passava por algumas dificuldades nas descidas, pelo que me dirigi à ambulância que lá estava de serviço e pedi ajuda. Assim, uma jovem da Cruz Vermelha ligou-me o joelho com uma gaze elástica e assim, lá resolvi tentar seguir em prova..

Os cerca de 15 min de paragem tiveram como consequência o arrefecimento do joelho e quando tentei por o pé no chão tinha dores mais fortes do que antes, mas como estava decidido a não desistir comecei a andar praticamente ao “pé coxinho”, até que gradualmente comecei a conseguir “correr”.

Fui ultrapassado por imensa gente que se admiravam como é que eu teimava em continuar…, mas enfim, lá continuei…

Acabei a prova dos 42 Km com 5 horas e 27 minutos

Após ter parado e arrefecido é que comecei a ter a verdadeira noção da gravidade da coisa, visto que não conseguia colocar o pé direito no chão.

Tomei logo um comprimido de ibuprofeno e apliquei pomada diclofenac no local da lesão, a fim melhorar um mínimo que me permitisse ao menos ir tomar um duche.

Enfim, a teimosia em terminar uma prova desta natureza em estado fragilizado, não é definitivamente um acto de bravura ou heroísmo.

E, se ficar sem poder correr durante uns tempos, terá sido mesmo um quadro clínico de "ausência temporária de razão" ou até mesmo, loucura!

Bom, veremos como é que a coisa vai evoluir…
Bons treinos para todos!!
 

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